quarta-feira, 26 de maio de 2010

Maratona de MADRID - 2010-04-25

Desta vez estou a falar de uma maratona a sério - 42,195 km a correr!

Bem, sem desprestígio para os ciclistas, mas isto é bastante mais duro do que as maratonas BTT de 100 km usuais ( que também não são pera doce, mas...).

Madrid é já aqui ao lado e é uma cidade espectacular! Além disso tinhamos combinado no início do ano, eu o Carlos Costa e o Luciano Assunção, que iríamos fazer esta maratona, para marcar o nosso regresso às grandes competições, de que temos estado algo afastados.

Por questões profissionais (pelo menos foi a desculpa dele) o Carlos Costa acabou por não participar, pelo que sobraram só dois maratonistas consagrados - O Luciano já com 20 maratonas completadas e eu pronto (?) para fazer a décima!

O grupo das acompanhantes

Claro que aproveitámos para visitar algumas belezas de Madrid...

O km zero, onde começam todas as estradas - Portas do Sol

Guernica, a obra-prima de Picasso - Museu Rainha Sofia

Túlipas no Paseo do Prado

De regresso à maratona, e depois destes passeios que não são exactamente a preparação ideal, calhou-nos um dia de algum calor, que se fazia sentir logo de manhã - não exactamente o ideal para uma maratona!
Depois do pequeno almoço no hotel, às 7h, na companhia de diversos outros maratonistas (o hotel era na Grã Via, próximo da partida), arrancámos para o Paseo de Recoletos, onde seria dada a partida às 9h.
Depois dos alívios normais nestas coisas, lá nos juntámos aos outros 9000 participantes (mais alguns dos 10 km) prontos para 42 195 m de corrida!

Para abrir o apetite, a prova começa com a subida do Paseo da Castellana, que embora não seja muito inclinado, já dá uma ideia do que está para vir... Perto do estádio Santiago Bernabéu, um termómetro de rua indicava já 19ºC, isto pelas 9h30 da manhã! Após cerca de 10 km juntos, o Luciano disse-me que queria ir mais devagar, pelo que ficou um pouco para trás. Por esta altura reparei que os pensos rápidos que tinha colocado nos mamilos já tinham saltado. Felizmente havia pessoal simpático de patins a acompanhar a maratona com vaselina e spray para as dores. Consegui barrar-me com vaselina duas ou três vezes, não evitando mesmo assim pintar a camisola de vermelho. O Luciano também foi forçadoa aproveitar os sprays, pois a partir dos 20 km teve vários ataques de cãimbras que o obrigaram mesmo a parar por alguns momentos.

Pelos 19 km a maratona passava pela Grã Via e pelas Portas do Sol, onde o acolhimento do público era simplesmente fabuloso!
O percurso descia então para o parque da Casa de Campo, onde dava mais umas voltas. Para o final estavam reservados 7 km!!! de subida até ao Parque do Retiro, o que, conjugado com o adiantado da hora (acabei pelas 13h) estragou a minha média no final, com os últimos metros num esforço significativo para me arrastar até à meta!


Bem, como se costuma dizer, o importante é mesmo chegar ao fim, o que ambos fizémos, eu em cerca de 4h e o Luciano em 4h20 (por culpa das cãimbras).

O Luciano à chegada, de camisola azul e cinza

Importante mesmo foi conseguir concluir a prova, o que deu direito aos diplomas respectivos:


Resta dizer que foi um fim-de-semana muito bem passado, com aspectos culturais e desportivos, e que apesar do cansaço pós maratona, foi muito agradável e interessante.

Para os que estão tentados a participar numa prova destas, deixo aqui a frase vista na camisola de uma participante, e que pode servir de estímulo:

"A dor é temporária, o orgulho é para sempre!"

Até à próxima maratona (Londres 2011?)...

domingo, 23 de maio de 2010

5ª Maratona Internacional de Idanha-a-Nova - 08/05/2010

Passada uma semana desde Portalegre, o Teamolenga juntou-se mais uma vez para participar nesta famosa maratona que este ano ficou logo esgotada desde Janeiro. É verdade, se não fosse o Pedro a avisar-me não me tinha conseguido inscrever a tempo. O alojamento também foi complicado e já a só a duas semanas da prova é que consegui através de uma desistência um quartito no Hotel Idanha Natura a 14km de Idanha.O resto do team ficou instalado na Casa das Jardas um bocadinho mais perto.

Para este prova o team contou com Pedro Esteves, Jorge Fradique, Sérgio Luis, Hélio Soares e claro está, eu ! Infelizmente á ultima da hora o Carlos Costa e o Alexandre Alves não puderam comparecer, caso contrário o grupo seria ainda maior.

Depois de algumas indecisões e provocações de um certo elemento de equipa em Portalegre, á partida tudo apontava para que o team todo iria fazer a distância mais longa, os 103 km . Eu por acaso até estava bastante confiante em virtude de ter feito o ano passado esta prova que apesar de algumas caimbras, tinha conseguido terminar. O Hélio já não podia dizer o mesmo e depois de alguma indecisão lá seguiu também para a maratona a fim de quebrar o enguiço , e ainda bem !

Foto do team, pouco antes da partida.


Ambiente na zona de partida.





Primeiros 5 km´s em pedra e alcatrão, para depois se entrar finalmente nos trilhos. De referir que o tempo não estava famoso, e apesar de não estar frio o céu apresentava-se bastante nublado. Ainda antes de entrar nos trilhos fomos presenteados com chuva.





Tinhamos acabado de fazer os 1ºs km´s em terra quando fizessemos a 1ª paragem forçada tal como haviamos feito o ano passado com o Carlos Costa que partiu a corrente, desta vez o azar aconteceu ao Sérgio que partiu um dos parafusos dos cleats dos sapatos.


E sempre que se pára há sempre alguém que gosta de arejar e outros de registar o momento.


Outros riem-se ............


Bem, boa disposição foi o que não faltou .


Depois deste pequeno contratempo lá seguimos então pelos trilhos de terra em direcção á primeira zona de abastecimento que seria aos 22 km´s na localidade de Zebreira. Parece que o sapato do Sergio ainda não estava afinado e precisou de mais um ajuste, aqui ele em plena pose de sapateiro.



Os km´s ainda eram poucos mas um abastecimento é um abastecimento e ele há pessoas que não conseguem estar muito tempo sem comer se não entram em descompensação ......



A partir daqui formou-se praticamente dois grupos de diferentes andamentos, á frente seguiam o Sérgio ,o Fradique e Pedro e atrás formou-se uma dupla comigo e com o Hélio em ritmo mais baixo de forma a gerir o esforço.



Ainda antes de chegarmos junto ao rio ,mas um abastecimento aos 33km na povoação de Segura para beber umas águas e outros produtos estranhos, se houvesse controlo anti-doping não sei não .......


Lá estão eles de novo agarrados á banana, gostam pouco gostam ............




Continuamos a maratona no ritmo normal ,apreciando as belas paisagens junto ao rio e tirando algumas fotos.


O single-track junto ao rio é simplesmente fabuloso.




Depois do single track e mais algumas subidas e descidas, atravessámos a ponte em direcção a Zarza já em alcatrão. Aí fomos encontrar o resto do grupo em velocidade reduzida, parece que o Jorge Fradique se tinha atirado umas poucas de vezes para o chão deixando-o à rasca do joelho.



Chegados ao abastecimento com em Zarza La Mayor com 53 km nas pernas, aproveitámos para fazer a reposição de sólidos e liquidos que já estavam na reserva. Havia de tudo um pouco, fruta,barras,sumos,gomas energeticas,agua, muito bom. Deu também para atestar os Camelbak e bidons e ainda encher as mochilas com sólidos para o caminho. Tempo também para lubrificar as bikes como convém .Em termos fisicos, eu sentia-me bem e o Hélio também parecia estar em boa forma e queria arrancar o quanto antes para não arrefecermos e perdermos o andamento.



Visto que o Hélio estava com a pica toda, agarrei na bike e lá fomos de volta em direcção a Idanha. O resto do grupo ficou para trás, certos de que nos apanhariam mais a frente. Passamos de novo a ponte e seguimos para direita para a subida onde o Hélio o ano passado tinha desistido devido ás caimbras que não o deixaram continuar. Este ano e até à altura não tinha surgido nada de preocupante e lá seguimos dentro do nosso ritmo, sem exageros por estes belos trilhos.





Bora lá, já falta pouco !

Como o Fradique vinha um bocadinho queixoso do joelho, ainda fez uma paragem junto a uma ambulância para meter o spray milagroso de forma a concluir a prova sem grandes dores.


Eu e o Hélio lá seguiamos no nosso ritmo que sem ser forte era continuo. Parámos apenas para reparar um furo na minha bike e também para comermos umas barras e umas sandes de presunto.



Passado isto, seguimos em direcção da barragem Marechal Carmona, ainda fizemos mais umas subidas , até que chegamos ao desafio final, a subida da calçada para Idanha que parecia estar algo escorregadia. Bom, não nos fizéssemos rogados,lá metemos as respectivas avózinhas e toca a subir aquilo tudo sem desmontar . E mais uma vez consegui chegar ao cimo sem sair da bike , para mim foi 2ª vez e para o Hélio foi a 1ª , sim senhor prova superada !

Terminamos em 344º e 345º lugar entre os 533 atletas que terminaram a maratona masculina . O resto do grupo que veio a acompanhar o Fradique ,terminaram em 401º,402º e 403º respectivamente.

A data da execução deste post, os tempos ainda não estavam disponiveis e o meu gps mais uma vez a bateria não durou até ao fim, mas penso que fizemos aproximadamente 7h30m .

Os restantes fizeram um pouco mais.Caso surjam os tempos oficiais da organização voltarei aqui ao blog para colocá-los. Resta-me dizer ainda que terminamos a prova debaixo de chuva que não mais parou até ao outro dia.

Em relação ao almoço, a carne estava apetitosa e era servida com um belo arroz de feijão e batatas fritas a acompanhar, com direito a repetição para quem quisesse.

Até á vista !

Bora lá 2011 !