segunda-feira, 4 de maio de 2009

Maratona de Portalegre - 2 de Maio de 2009

A Meca das maratonas de BTT continua a fazer valer todos os seus argumentos! Com cerca de 3200 participantes conseguir manter uma organização deste nível é obra!

Mas comecemos pelo princípio.
Não era segredo para ninguém o percurso que estava previsto onde era publicitado um acumulado de 2700 m!

Ainda assim, alguns teimosos do Teamolenga insistiram em inscrever-se, eu o Pedro e o Sérgio (ainda que a minha inscrição não tenha sido logo de início por outras razões, mas deixemos esses pormenores).
Durante os últimos dias antes da prova, várias vezes comentámos entre nós como iria ser, 100 km com 2700 m de acumulado, mas estávamos já quase convencidos de que era possível... (agora, à posteriori é mais fácil afirmar isto...)
Quase na véspera tivemos uma baixa de peso (em vários sentidos) - o Sérgio estava nos Açores e precisava de continuar o trabalho na 2ª feira, pelo que não vinha dos Açores de propósito para a maratona para regressar de seguida - logo não ia participar!
Eu e o Pedro, resignados a participar sozinhos (no meio dos outros 3198...), combinámos o encontro em Portalegre para as 8h do dia 2, para tentar evitar as aglomerações dos primeiros trilhos. Foi também um amigo do Pedro, o Hélio, preparado para fazer os 50 km.

Apesar da elegância, o Hélio demonstrava ser de bom alimento, pois ainda antes da partida já se dedicava ao reabastecimento como reforço do pequeno almoço.
















Mais algumas imagens da partida, onde se pode apreciar a alegria do pessoal, na expectativa de percorrer os 100 km de BTT!
Às 9h em ponto era dada a partida, mais um exemplo do bom trabalho da organização!





Os primeiros km do percurso são feitos em alcatrão, à volta da cidade e depois passando mesmo pelo centro, seguindo-se a inevitável subida das curvinhas em direcção à Serra de S. Mamede. Para além das imagens e do apoio popular, esta voltinha contribui para espalhar um pouco o pessoal, evitando problemas ao entrar nos primeiros trilhos.
Ao cimo da subida de alcatrão, com cerca de 13 km, dava-se a separação dos percursos, o que permitiu que a entrada nos trilhos de terra fosse feita sem qualquer problema de "engarrafamento"!
Apesar dos nossos receios quanto à capacidade física, acertámos num ritmo fácil, mas que nos permitiu chegar ao primeiro reabastecimento, cerca dos 33 km, com média de cerca de 20 km/h!















No primeiro reabastecimento, aproveitando para comer qualquer coisita...
Pouco depois do primeiro reabastecimento havia uma zona de "refrescamento", pelo menos para os pés...

O percurso continuava serpenteando pelas serranias circundantes de Portalegre, e mantivémos um ritmo que nos pareceu fácil e que permitiu atingir os 54 km do segundo reabastecimento com média de 17 km/h. Apesar disso comentávamos com algum espanto, isto está a parecer muito simples! Alguém comentava no percurso "com 50 km só temos 700 m de desnível, o que não estará aí para vir!".













E não é que tinha razão? O percurso até ao reabastecimento seguinte já foi um pouco mais lento (15,6 km/h) pois nos 18 km já subimos mais de 400 m, para além de já ficarmos com 72 km nas perninhas!






























As famosas antenas, objectivo intermédio para atingir aos 85 km!
Mas o melhor estava mesmo para vir! Daqui até aos 85 km eram cerca de 13,5 km SEMPRE A SUBIR perfazendo um desnível superior a 700 m neste troço, com o objectivo final de atingir as famosas antenas da Serra de S. Mamede! Claro que a nossa média baixou "ligeiramente" para os 9,6 km/h! De facto, a certa altura da subida tivemos mesmo que desmontar e fazer uns 100 m a pé, mas não foi por causa das pernas… o problema é que já nenhum de nós aguentava mais tempo o rabiosque no selim!
















No alto da serra esperava-nos mais um reabastecimento com umas laranjas óptimas! Mais água, claro e ainda um copinho de “isostinto” (por acaso era mesmo tinto este Isostar), para dar alento para o último troço da prova.







A prova de que estivémos mesmo lá no alto!




















No essencial, seriam 15 km, quase sempre a descer, mas com umas subidazinhas só para aconchegar as pernas!Quer fosse pelo aproximar da meta, pela fome ou por outra razão qualquer que não percebi, o Pedro “tomou o freio nos dentes” e disparou por ali abaixo de tal maneira que mais me parecia o Carlos Costa! Não tive outro remédio senão vir atrás dele e assim acabámos por fazer estes últimos 15 km a uma média superior a 20 km/h. Embora fosse em grande parte a descer, não eram descidas fáceis, pois tinham muitos regos, pedras soltas, buracos e curvas apertadas, enfim, UM ESPECTÁCULO!

Já dentro da cidade, na aproximação à meta, acho que o Pedro queria fazer mais uma voltinha, pois tive que lhe gritar para virar à esquerda em direcção à meta, senão ele ainda ia entrar outra vez no percurso…

Cortámos a meta a par, com a informação imediata das nossas honrosas classificações – 488º e 489º - e parei o cronómetro pensando “afinal que tempo fizémos?” O Pedro tinha a mesma dúvida pelo que depois da primeira garrafa de água engolida fui verificar o registo do relógio – 6h41m!!! Nenhum de nós queria crer neste tempo, mas era mesmo verdadeiro! Ainda estou para saber como foi possível!
















Dada a fila considerável para as massagens fizemos apenas uns alongamentos e rumámos à zona da partida, para um merecido banho e um almoço algo tardio.Face às queixas do Pedro por ainda ter que pedalar mais para chegar ao almoço, fiz-lhe ver que no fundo ele só pagou para pedalar 100 km, pelo que estes mais 3 km ou 4 km eram mesmo um brinde da organização!















O Hélio já estava à nossa espera, com o banho tomado e a morrer de fome; ele fez cerca de 4h30m nos 50 km, pelo que já estava “em pulgas”.

Banho com água morna a dar para o fresco, em balneários limpos e decentes, tudo muito bom.
Seguiu-se o almoço da ordem, com a tradicional sopa de cação (que estava mesmo deliciosa) e o lombo assado com massa, para a recuperação. Pudim e café, e estava feito o dia!




















Com uma organização deste nível, uns trilhos deliciosos, umas paisagens espectaculares e os restantes elementos de convívio e divertimento, é sempre um gozo fazer esta Maratona, com M maiúsculo!
É verdade, a altimetria do meu relógio deu qualquer coisa como 2222 m, mas há quem diga que ele não é de fiar…

Nota: no próximo sábado, dia 9, são mais 100 km em Idanha, espero que desta com uma equipe mais composta…

2 comentários:

  1. Quebrei o enguiço com esta maratona.
    Em 2007, um mês antes da maratona, fiz uma rotura do gémeo. Em 2008, dei uma queda ao km 30, e acabei por desistir ao km 50 com dores numa costela, e que me provocava dificuldades a respirar. Em 2009 tinha que ser o ano da desforra.
    O dia começou com um sol maravilhoso, e às 8 da manhã, já se andava perfeitamente bem de Jersey, com uma temperatura boa. Como o Jorge já explicou, correu tudo muito bem, com paragens apenas nos abastecimentos para não quebrar o ritmo. O percurso foi fantástico, com o auge no alto das antenas, mas para merecer aquelas vistas, deu trabalhinho.
    Depois das antenas, tive uma motivação extra, talvez por pensar que o mais difícil já estava ultrapassado, e como me sentia bem fisicamente, agora é "toca a ripar”, principalmente na última descida de terra para Portalegre, talvez devido ao adormecimento de algum neurónio, tenha feito a descida do modo como a fiz (à Carlos Costa). Quando cheguei ao fim dessa descida dei por falta do Jorge, e pensei “que estranho não vem”, ao que ele mais tarde me diz: pá, ganda maluco, vinhas a descer cá duma maneira”. Realmente pensando bem, alguém que viesse com velocidade naquela descida (técnica), e tivesse o azar de cair, não ficava nada bem tratado.
    A sensação de chegar à meta com o speaker a anunciar a nossa chegada “e agora a chegar o dorsal 8603 e o dorsal 8393, os dois da mesma equipa, qual deles vai chegar 1º”, a juntar à emoção de finalmente ter feito a Maratona à 3ª tentativa, foi fantástico.
    A organização merece os parabéns, e se puder, estou lá em 2010.

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  2. Sim sr.,estes gajos são mesmo prós.Em Idanha tou mesmo a ver que querem bater o recorde.Eu se conseguir fazer os 100km´s completos já fico muito contente.Eu também queria ir a Portalegre, mas quando me lembrei já era tarde,pró ano a ver se consigo inscrever-me a tempo.Parabéns "Molengas".

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